Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

terça-feira, 26 de maio de 2015

Leituras




Quando lês o que escrevo,
quando relês,
o que entendes,
não é o que sinto,
mas o que faz sentido,
dentro de tua insegurança,
do que é para ser nosso amor!

Quando lês o que escrevo,
quando os relês,
não quer dizer que saibas,
de onde vem meu sofrimento,
de onde vem meus dizeres,
de sentimentos indizíveis,
não se escondem neles verdades,
nem neles se expressam mentiras,
mas deles transbordam sofrimentos,
devaneios, pensamentos,
desejos, sofreguidões.

Quando lês o que escrevo...
acautela-te de ti,
acautela-te de mim,
para não compreenderes o que não está escrito,
que de ti sinto a falta,
que de ti sinto a dor da ausência,
que de ti sinto o ardor da presença,
em cada mensagem,
em cada palavra,
em cada pertencimento!

Indizível afirmar, que quando escrevo,
quando me lês,
estou todo inteiro em você,
mais do que no meu silêncio,
que é só dor, afastamento,
que ensandece meu juízo,
até a dor do desespero,
até a felicidade do reencontro!

Leias-me, mas em mim,
não em volta de mim,
no nada que me resta,
sem a tua presença!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ausências




Tanto tempo,
nenhum esquecimento,
uma saudade insana,
que marca tua presença,
com o passar do tempo de tua falta.

Reapareces...
saudades, minhas ou tuas?
Minhas, muito minhas,
diz, tuas,
acredito, fico feliz,
e o silêncio?
Ah, o silêncio do respeito,
do preservar tua intimidade,
do garantir tua liberdade,
do reconhecer minhas insuficiências.

Sois como um raio de luz,
um encantamento,
uma presença viva.

És uma irreverente,
uma contrária a tudo,
contrária a todos,
aos preconceitos,
às limitações,
às convenções!

Mas queria saber de ti,
que é mais contrário,
do que tudo, do que todos,
do que o amor que nutro por ti?

O que poderia ser mais...
revolucionário,
desconforme,
arbitrário,
desafiador,
do que o amor,
entre a bela e a fera.

Talvez seja eu...
a maior de tuas transgressões,
você, a maior de minhas conquistas!