Quanto o silêncio pode dizer?
Falaria de meus medos?
Falaria de minhas angústias?
Falaria de minhas insuficiências?...
O silêncio é a voz atormentada,
Multívoca, tagarela, que não cala,
Falando de toda a angústia, de todo o medo.
Gritando minhas insuficiências até aniquilar,
Toda sorte de bem aventurança!
O silêncio não é falta, mas sobejo...
O silêncio é um dizer perdido na algaravia dos
pensamentos!
O silêncio é um discurso desesperado, dito de
forma tímida,
Que faz permanecer uma ligação opressiva com a
dor da ausência!
Silêncio, uma tortura, que se repete,
Uma forma emasculada, viperina,
Que envenena a alma, faz desfalecer o crente!
Silêncio, como denúncia da presença...
Como vencer o silêncio que me esmaga,
Se a cada minuto, ele se faz mais pesado,
Se a cada momento ele marca em tons fúnebres,
O fim da existência, a morte em vida?