Nossas vidas tornaram-se um pesadelo,
Todos os dias se engendram novas aleivosias,
Fabricam-se novas crises, novos e escalafobéticos
transtornos,
Nossas vidas tornaram-se reféns de trogloditas,
Nos enojam com armas, com gestos agressivos,
Nos forçam a ver imagens da Cruz ao lado de
revólveres,
Querem nos fazer acreditar que batalhões de
milicos,
Arvorados em administradores da coisa pública,
Serão capazes de corrigir os 21 anos de maldades,
De ignorância, de crueldade, de falta de
liberdade,
De inflação galopante, de dívida externa
escorchante,
De tantas bandalheiras, que depois, foram
deixadas,
Para um congresso sempre aberto e tolerante,
Onde pontificava uma oposição tolerada e conivente!
Basta, de toda crueldade submissa, do racismo envergonhado,
Da polícia violenta e a serviço da perpetuação da
violência.
Basta de passeatas pedindo o retorno do armagedon,
De faixas pugnando pelo Estado de Exceção, pelo
fim
Da Liberdade de Expressão!
Basta da impunidade dos torturadores,
Basta da falta de julgamento dos crimes
perpetrados,
Basta da exaltação de criminosos contra a
humanidade!
Basta da ignorância perversa semeada em 21 anos de
arbítrio!
Basta de manifestações covardes, inverossímeis,
canhestras!
Ou nosso Estado de Direito vale e tudo isso tem de
parar,
Ou não vale e, então, teremos de ir à rua, lutar por
nossa Liberdade,
Antes que as milícias do mal, da perversidade, da
violência,
Se armem com os projetis autorizados pelo
ensandecido Sebastião!
Basta de interinidades burlescas, de generais de
fancaria,
Basta de mentiras, de dados falsos, de
estatísticas manipuladas,
Basta de incertezas num momento de mortes e
ansiedade,
Basta de um sistema político que permite um
incapaz chegar ao poder,
Basta, que chegando ao poder, o incapaz submeta as
instituições!
Basta de sequestrar o hino nacional e as cores do
país para violar nossa liberdade!
Estamos cansados, exaustos, exangues, mas não
paralisados!
Estamos ansiosos, entristecidos, violentados, mas
não mudos, não derrotados.
Basta de toda e tanta violência diária!
Basta de toda e tanta desfaçatez, insensibilidade
e ignorância!
Que possamos resgatar a civilidade, a paz e os valores que são incompatíveis,
Com a ordem de coisas medonha que nos aflige!