Uma vez te prometi a Lua, riu-se de mim!
Uma vez te prometi ver o nascer do Sol, julgou
licença poética!
Uma vez te prometi meu coração assim, numa
bandeja, olhou-me cética!
Uma vez te prometi minha vida, zombou-me achando
exagerado!
Mas, se verdadeiramente a lua estiver ao alcance
das mãos,
Não dos cosmólogos, dos astrônomos, dos cientistas,
Mas, tão somente, dos apaixonados, capazes de
conceber,
A entrega da lua para a musa de seus pensamentos!
E se verdadeiramente o Sol todos os dias completa
sua dança,
De nascer no Leste e se pôr no Oeste, tão
simplesmente,
Como o concebemos desde tempos imemoriais, e
apenas...
Tão somente, para contemplar os beijos dos amantes?
Mais ainda, se o coração pode ser entregue, assim
sofregamente,
No momento do beijo infinito, que se prolonga na
alma, sempre...
Quando os amantes se encontram para dizer de seu
amor,
E na mão de quem ama, pulsa freneticamente, até
alcançar a mão do amado?
E a Vida, que sentido tem a vida, se ela não é
entregue toda, inteira,
Para ver o sorriso e a felicidade do ser amado, na
entrega,
Na espera, que se torna mais rica e intensa, na
medida,
Que absolutamente doação, permanência e
radicalidade.
A Lua, o Sol, o Coração e a Vida, contemplam minha
felicidade,
Do encontro permanente com o ser amado, que é
assim,
Parte de uma história que ainda não escrita é toda
a história,
Que eu desejava desde sempre ter escrito, Amor!