A dor do mundo que geme sob seu abandono,
Com as florestas em chamas, deixando marcas,
Cicatrizes cinzentas nos verdes mares desfeitos,
Dores de vidas queimadas, destruídas pela
ganância!
Discursos maldosos enaltecendo as botas,
Que marcham ensandecidas contra homens, mulheres,
Que fuzilam um carro de família com mais de 250
tiros,
De fuzis impunes que marcam a estultez de um
povo.
Marchas e contramarchas pela instauração,
De violências normativas que escondem o Sol,
Para reinar a sombra e a morte em Atos
Institucionais,
Que trouxeram dor, escravidão e miséria d´alma!
Pigmeus de discursos violentos, homofóbicos,
misóginos,
Ganharam o proscênio, carregados pelos homens e
mulheres bons,
Mas esquecendo que do passado, ficam
ensinamentos,
E de genocidas, não se fazem heróis e salvadores.
Insustentável é a vida de um povo, que em sua
cegueira,
Não percebe o holocausto da pobreza, da miséria,
da fome,
Que se espalha entre os irmãos mais
desfavorecidos,
Pela falta de emprego, pela falta de moradia, de
saúde,
Pela falta do direito de ser protegido do Estado
anarquista.
Insustentável um tempo onde não se encontram
abraços,
Mãos, beijos, sorrisos e regaços,
Onde não encontramos satisfação humana,
Para dores tão pungentes e verdadeiras.
Onde só nos resta ver os desfiles de esquifes,
Que levam ao cemitério as esperanças,
De dignidade, de liberdade e de temperança.