Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Insustentável

 



 

 

A dor do mundo que geme sob seu abandono,

Com as florestas em chamas, deixando marcas,

Cicatrizes cinzentas nos verdes mares desfeitos,

Dores de vidas queimadas, destruídas pela ganância!

Discursos maldosos enaltecendo as botas,

Que marcham ensandecidas contra homens, mulheres,

Que fuzilam um carro de família com mais de 250 tiros,

De fuzis impunes que marcam a estultez de um povo.

Marchas e contramarchas pela instauração,

De violências normativas que escondem o Sol,

Para reinar a sombra e a morte em Atos Institucionais,

Que trouxeram dor, escravidão e miséria d´alma!

Pigmeus de discursos violentos, homofóbicos, misóginos,

Ganharam o proscênio, carregados pelos homens e mulheres bons,

Mas esquecendo que do passado, ficam ensinamentos,

E de genocidas, não se fazem heróis e salvadores.

Insustentável é a vida de um povo, que em sua cegueira,

Não percebe o holocausto da pobreza, da miséria, da fome,

Que se espalha entre os irmãos mais desfavorecidos,

Pela falta de emprego, pela falta de moradia, de saúde,

Pela falta do direito de ser protegido do Estado anarquista.

Insustentável um tempo onde não se encontram abraços,

Mãos, beijos, sorrisos e regaços,

Onde não encontramos satisfação humana,

Para dores tão pungentes e verdadeiras.

Onde só nos resta ver os desfiles de esquifes,

Que levam ao cemitério as esperanças,

De dignidade, de liberdade e de temperança.