Choro
copiosamente, apenas você não vê!
Não o
percebes, mas...
Estou a
dilacerar-me porque me faltas!
Dói-me tua
ausência/presença!
Onde estás
agora?
Não estás
aqui,
Assim, machuca-me
tua lembrança!
Desespera-me
tua ausência!
Tenho
vontade de sair...
Desesperadamente
ao teu encontro,
Mas não sei
onde te encontrar,
Escondo-me
de você,
Esconde-te
de mim, você!
Uma música
me invade,
Imerso na
saudade, penso em você,
Desespero-me
por não te alcançar,
Não te
beijar demoradamente,
Não
diluir-me intensamente em você!
Onde estás
que está ausente, mesmo aqui?
Nosso
encontro, que não se repete,
Porque
sempre um novo encontro,
Se reveste
de desencontros, quando ausentes,
Eu de mim,
você de tudo que me cerca!
Solidão
maldita, que nos encerra em nós mesmos,
Queria
deixar de existir, apenas para existir em você!
Pergunto onde
estás, que não te posso alcançar com meus versos,
com meu
desespero, com minha infinita falta de você?
Estou
escravo de uma distância.
Que não
pode ser superada pelo tempo,
Por uma
eternidade que não se esgota no espaço!
Estou
perdido, aqui tão só,
Que não me
encontro em meus pensamentos,
Não me
encontro em minha solidão perdida,
Mas apenas
em tua ausência sentida!
Preciso
sumir-me, fundir-me em teu corpo,
Em teu
cheiro, em tua pele, em teu suspiro,
Preciso de
tua nudez na minha, não mo dás!
Miserável
eu, pobre e infortunado,
Não te
encontro, ou te encontro apenas...
Em meu
desejo frustrado,
Em minha
imaginação doída.
Vejo-te
nua, vejo-te lânguida, apaixonada,
Mas onde
estás, que não estás aqui?
Pronto, explodiu
meu peito,
Choro tua
ausência,
Não o
percebes? Não me vês?
Ausente de
mim, morro a cada instante,
Mais do que
morro,
Porque vivo
apenas para morrer de novo,
E você
encerra o segredo de toda eternidade!
Não o
percebes, morro ainda mais, estéril,
Sem
alcançar a graça do amor que te cerca,
Do gozo que
me invade, da explosão de ternura,
De beleza,
de adoração!
Diva,
deusa, bela, onde estas?
Que não mo
permites adorar-te?
Se não
lembrares deste pobre existente,
Que morre
lentamente longe de ti,
Encontrar-me-ás
aos pedaços em cada roseira,
Encontrar-me-ás
estiolado, desfeitos, depauperado.
Inexistente,
para tudo que não seja teu gozo!
Só existo
quando gozas, quando plena,
Quando és
expressão de toda beleza,
E eu...
apenas a tela onde se desenha
A perfeição
de teu amor!
Estou a
chorar copiosamente, não estás aqui!
Sinto tua
falta, nem que fosse,
Apenas e
tão somente...
Para recolher
minhas lágrimas!