A
melhor coisa do pensar é a liberdade que temos de escrever sem
nenhuma limitação, sem nenhuma preocupação, sobre o que nos passa
em cada momento!
Quando
leio, devaneio todo o tempo, imaginando personagens, reconstruindo
lugares e povos, desenterrando tesouros passados, que ficam
escondidos sob a pátina do tempo! Devaneio, sem a preocupação de
imaginar-me sábio, de estar sendo julgado pelo que penso, preocupado
apenas com o prazer de saber, que as coisas que leio e imagino, fazem
parte dos meus sentimentos, de minha razão e em última análise me
constroem como existente!
Leio
muito, penso muito, mas não porque queira saber mais que qualquer um
dos sete bilhões de humanos que existem no planeta, mas porque
gostaria de pensar tudo, que todos pensam, todo o tempo! Haveria
alguma utilidade? Certamente nenhuma, mas isso me tornaria mais
humano, mais pertencente à tribo global que faz parte de mim e eu
dela!
Ânsia,
ânsia de pensar, de ter tempo para ler, de quedar-me inerte sobre a
cadeira com milhares de páginas, que me convidam a fundir-me nas
letras que impregnam o papel! Cada minuto longe dos livros, longe das
intermináveis páginas que escrevem a história da humanidade em
cada palavra, me sinto abandonado, exilado de mim mesmo, como se
fosse a mais penosa e cruel das punições!
Liberdade,
não é quimérica, não é utópica, é vivida em cada pensamento,
em cada insanidade, em cada forma de não estar preso a nada, a não
ser ao desejo de ficar só, quieto, irredutivelmente abandonado em si
mesmo!
A
liberdade não é excludente, ela é companheira de outras
liberdades, que habitam cada um de nosso iguais, a liberdade é ato
de adoração, é ato de devoção, que pode ser compartilhada,
jamais roubada ou subtraída!
Ser
livre é crer que os dogmas não fazem sentido, e que convencer o
outro de suas próprias convicções é uma violência inominável, é
acreditar que minhas certezas, tão precárias certezas, não
sobrevivem nem mesmo ao que eu penso e sinto! Minhas incoerências
são antes de tudo, um alerta sobre o dever de permitir a todo outro,
que seja igualmente incoerente, que não precise professar tal ou
qual religião ou filosofia, porque se houvesse apenas uma religião
verdadeira, não existiriam quaisquer das falsas. Se houvesse uma
única filosofia, que como sistema, tudo explicasse, desnecessária
seria toda e qualquer outra filosofia!
A
liberdade como princípio não admite modulação, não admite
qualquer forma de equilíbrio com qualquer outro princípio, porque
se à liberdade opusermos o princípio da vida, basta saber que, sem
liberdade a vida não merece ser vivida!
Liberdade,
sentida como radicalidade, liberdade como realização plena, única
e estruturante do existente! Liberdade que é a expressão e a medida
da eternidade de nossa existência no quanto pensamos!
Liberdade,
conquista dolorosa da consciência do nosso existir!
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Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!