Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quarta-feira, 27 de março de 2013

Choro






Choro copiosamente, apenas você não vê!
Não o percebes, mas...
Estou a dilacerar-me porque me faltas!

Dói-me tua ausência/presença!
Onde estás agora?
Não estás aqui,
Assim, machuca-me tua lembrança!
Desespera-me tua ausência!

Tenho vontade de sair...
Desesperadamente ao teu encontro,
Mas não sei onde te encontrar,
Escondo-me de você,
Esconde-te de mim, você!

Uma música me invade,
Imerso na saudade, penso em você,
Desespero-me por não te alcançar,
Não te beijar demoradamente,
Não diluir-me intensamente em você!

Onde estás que está ausente, mesmo aqui?
Nosso encontro, que não se repete,
Porque sempre um novo encontro,
Se reveste de desencontros, quando ausentes,
Eu de mim, você de tudo que me cerca!

Solidão maldita, que nos encerra em nós mesmos,
Queria deixar de existir, apenas para existir em você!

Pergunto onde estás, que não te posso alcançar com meus versos,

com meu desespero, com minha infinita falta de você?



Estou escravo de uma distância.
Que não pode ser superada pelo tempo,
Por uma eternidade que não se esgota no espaço!

Estou perdido, aqui tão só,
Que não me encontro em meus pensamentos,
Não me encontro em minha solidão perdida,
Mas apenas em tua ausência sentida!


Preciso sumir-me, fundir-me em teu corpo,
Em teu cheiro, em tua pele, em teu suspiro,
Preciso de tua nudez na minha, não mo dás!

Miserável eu, pobre e infortunado,
Não te encontro, ou te encontro apenas...
Em meu desejo frustrado,
Em minha imaginação doída.

Vejo-te nua, vejo-te lânguida, apaixonada,
Mas onde estás, que não estás aqui?
Pronto, explodiu meu peito,
Choro tua ausência,
Não o percebes? Não me vês?

Ausente de mim, morro a cada instante,
Mais do que morro,
Porque vivo apenas para morrer de novo,
E você encerra o segredo de toda eternidade!

Não o percebes, morro ainda mais, estéril,
Sem alcançar a graça do amor que te cerca,
Do gozo que me invade, da explosão de ternura,
De beleza, de adoração!

Diva, deusa, bela, onde estas?
Que não mo permites adorar-te?

Se não lembrares deste pobre existente,
Que morre lentamente longe de ti,
Encontrar-me-ás aos pedaços em cada roseira,
Encontrar-me-ás estiolado, desfeitos, depauperado.
Inexistente, para tudo que não seja teu gozo!

Só existo quando gozas, quando plena,
Quando és expressão de toda beleza,
E eu... apenas a tela onde se desenha
A perfeição de teu amor!

Estou a chorar copiosamente, não estás aqui!
Sinto tua falta, nem que fosse,
Apenas e tão somente...
Para recolher minhas lágrimas!






Um comentário:

  1. Lindo seu texto. Sou sua fã.
    Não chore copiosamente, abra os braços para a vida, jogue tudo pra cima e busque encontrar esta pessoa. Este sentimento, este encontro, esta pessoa pode estar chorando copiosamente também. As vezes a vida pede que joguemos tudo pra cima em busca deste encontro. Ousar é a palavra. Sorte de quem tem alguém por quem chorar copiosamente, pena de quem ainda não encontrou.
    Parabéns pelo lindo texto. Beijo grande!

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