Às vezes
pensamos...
Quero apenas
achar um amor,
Assim,... meia
boca,
Só para
viver toda a vida,
Passar os
dias,
Viver sem
surpresas,
Sem ciúmes,
Sem dores,
Sem sustos.
Talvez
assim, estejamos de verdade,
Procurando um
pinguim de geladeira,
Ou um tigre
da Kellogs, de pelúcia,
Ou ainda,
um Dumbo cor de rosa!
Não, eu não
quero um amor meia-boca,
Quero uma
paixão devastadora,
Hoje e
amanhã,
Todos os
dias,
Quero que
ela não pense em lavar cuecas,
Que não
pense em fazer a janta,
Que não
pense na louça sobre a pia,
Que não
pense sobre o pó nos móveis,
Que não
pense sobre a empregada!
Quero uma
mulher,
Que ao
encontrar, sinta,
Como eu
sinto,
A vontade e a urgência
de trepar,
Uma, duas,
três horas,
Que deseje
a mim,
Tão devastadoramente,
Quanto eu a
desejo,
Tão, e
apenas tão somente,
Quando a
vejo!
Amar,
meia-boca,
É uma
condição que mistura,
Abacate,
com sal e manteiga de cacau,
Não dá para
fazer nem Guacamole,
Amar, algo
meia boca,
É desfilar
no carnaval,
Vestido de
Nossa Senhora,
Escutando Ave
Maria de Gounod!
Não! quero
uma paixão...
Que leve ao
abismo,
Uma paixão
que seja devastadora,
Todos os
dias,
Que apenas
tenha como horizonte,
Premente,
Permanente,
A cama de
amar!
Amor meia
boca,
Estou fora,
Porque estaria
morto,
Antes de
poder amar,
E nunca
teria sido amado!
Amor, tudo
ou nada!