O desejo é falta que se sente,
É dor permanente, avidez pelo outro.
O desejo é fantasia que se torna real,
Tolda o espírito de presença permanente,
O desejo, ah! O desejo, permanece constante,
Inafastável do pensamento, percuciente,
Atordoante, porque exigente...
Desejo, como forma de fusão,
Misturando-me eu ao outro,
Numa busca de unidade,
Que só Platão poderia conceber,
Mas que todos nós somos capazes de sentir.
Entristeço quanto não vejo o reverberar,
De meu desejo em teus olhos,
Quando não percebo em você,
Aquilo que obsessivamente se faz presente em mim.
Desejo, como constância da alma.
Desejo você, te quero hoje e sempre,
Machuca-me a distância, ofende-me o juízo.
Desejo é constatação de paixão,
A paixão, uma doença doce da alma,
Mas o que desejo?
Amar você para sempre...
Sem isso, sou incapaz de desejar...
Sem desejar, não existo...
Inexistindo, morto estou.
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