Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Lágrimas






Quando a alma chora, permanentemente,
No mais íntimo, no mais profundo, vazio,
No mais abismal escuro e silencioso de cada um,
Chora, clama, silenciosamente, num grito surdo,
De desesperança, de vazio, de dor...

Quando as lágrimas já não se manifestam,
Porque vazios todos os rios, oceanos e lagos,
Que preenchem a vastidão da alma atormentada,
Quando as lágrimas são lembranças de uma presença,
Cada vez mais ausente, mais tangível, pelo não dito...

Quando o choro é canto, repetido, obsessivo,
Como metrônomo da alma atormentada pelo que poderia ser,
Mas que se perde nos encontros e desencontros,
Quando incompreensível a solidão vivida a dois, todos os dias,
Cada dia, como abismo de si mesmo, infecundo...

Quando a presença é opressiva e incompreensível,
Quando o choro, o canto e as lágrimas se confundem,
Quando não há mais esperança e o tédio é a constante,
Aprofundando um abismo sentido como infinito,
Quando a alma percebe sua dolorosa infinitude...

É infinito o tempo vivido em busca e no sentido do nada,
É eterno o sofrimento sentido em cada minuto,
É lágrima derramada como lava na existência,
É grito surdo, mudo, desesperado, para ninguém ouvir,
É lamento que se perpetua sem sentido para...

Lugar algum!

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