Sinto-me
à deriva,
Deriva
de mim,
Deriva
do tempo,
Deriva
do destino,
Deriva
da existência.
Sinto-me
só,
Só
de mim,
Só
no tempo,
Só
no destino,
Só
na existência.
Mas
esta é minha condenação,
Sou
livre, tão radicalmente livre,
Que
não há acaso, mas destino,
Realizado
por mim, em minhas esquinas,
Realizado
por mim, em minhas encruzilhadas.
Onde
estarão os atores?
Onde
estarão aqueles que...
Deveriam
dividir,
Sua
existência livre, comigo;
Sua
inexistência fática, comigo;
Sua
tristeza e amargura, comigo;
Sua
felicidade e brandura, comigo?
Estou
livre e tão livre,
Que
estou só, no mundo,
No
palco, do teatro do destino,
Sem
objeto, sem rumo,
Sem
encontros, sem desencontros,
Numa
modorrenta angústia,
Que
se repete infinitamente,
Pela
mesmice do olhar,
Da
paisagem,
Da
permanência.
Sinto-me
como um Kamikaze,
Voando
tanto mais rápido,
Quanto
mais próximo o destino final,
Sei
qual é a consequência deste encontro,
Um
encontro comigo mesmo,
Que
me aniquila, porque aniquilado estou,
Porque
não sou deste mundo,
Que
pleno de cadeias e formalidades,
Não
consegue me conter, como não contém,
Mas
causa-me dores, lancinantes dores,
Que
me fazem acelerar o vôo,
Até
o destino final.
Mas
todos teremos o mesmo destino,
Que
diferença fará se hoje ou amanhã?
Que
diferença fará se for fortuito ou desejado?
Estou
à deriva...
Desancorado...
Nauseado...
Meditabundo...
Pensando
no Ato Final!
Descerra-se
a cortina!
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