Penso na linguagem que me constrói,
Penso no mundo que me rodeia,
Penso na solidão de minha imagem no espelho,
Recolho-me, não me contemplo...
A dor da infinitude que se perde,
Na imagem espelhar da realidade,
Acentua as chagas que me ferem,
Pensando a mediocridade do meu espaço.
Nasci num país de fancaria,
Nasci num tempo que se perpetua,
Onde os criminosos se fazem palhaços,
Maculando a imagem romântica do circo.
Penso dolorosamente na venalidade do judiciário,
Penso dolorosamente na falsidade da representação,
Penso dolorosamente na repetição do tempo,
Que fazem de meu espaço um bananal sem fim.
Recolho o olhar do espelho, baixo minha cabeça,
Envergonhado de existir num tempo,
Que seria e é sempre o mesmo tempo,
De infinitude da dor de pensar...
Quanto tempo mais?...
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