Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Destino




Vivemos uma vida às cegas,
Não sabemos o que nos espera à esquina,
Caminhamos qual cegos pelas teias tecidas,
Pelas Moiras que fiam cada destino!

Vivemos uma existência às cegas,
Mas, claudicantes, procuramos ávidos,
Que Cloto fie a todo instante, sem parar,
Fios e mais fios de vida, para amar!

Vivemos um tempo às cegas,
Com Láquesis a enrolar os fios tecidos,
Produzindo encontros e desencontros,
Construídos pelo desconhecido do destino!

Vivemos um esperar às cegas,
Para que muito antes do corte de Átropos,
Possamos encontrar a outra metade..
Que tanto ansiamos desde a separação original!

Vivemos um padecimento às cegas,
Até que Eros, flechando-nos,
Estabeleça e de sentido, à vida,
Cujo existir é atribuído, pelo ato de amar!

Vivemos às cegas, por isso, como destino,

Buscadores eternos dos favores da deusa de Pafos!

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