As palavras podem salvar-me,
As palavras podem perder-me,
As palavras que se lançam do meu pensamento,
Como flechas, fogem de mim,
Perfuram o espaço,
Levando de mim, frações do que sinto,
Perdem-se no espaço,
Afundam no lodo,
Esfacelam-se contra rochedos,
Mas não se desmancham,
Reverberam, ecoam,
Reproduzem o que me salva,
Reproduzem o que me perde,
Para arrastar-me como um trapo,
Pelos caminhos endurecidos,
Do desamor e do abandono,
Voltam sobre mim,
Com o dobro de velocidade,
Com o dobro de força,
Atingindo-me tão fundo,
Que me abismo,
Que me desfundo,
E elas caminham eternamente,
Para o sem fim de um existir sem sentido,
Mas pleno de palavras.
Escuta-me!
Palavras!
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