Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Pandora





Diziam os gregos que Pandora,
A primeira mulher que existiu,
Criada por Hefesto, o deus do Fogo,
E por Atena, deusa da Sabedoria e das Artes,
A pedido de Zeus todo poderoso,
Para alegrar aos homens,
Era aquela que tudo dava,
Aquela que tudo possuía,
Aquela que tudo tirava!

Assim, em cada mulher,
Permanece uma Pandora,
E quando esta mulher,
Reúne em si, graça, inteligência,
Juventude, beleza, determinação,
Não alegra ao homem, mas escraviza-o,
Porque apenas ela pode tudo dar,
Porque apenas ela tudo possui,
E assim, tudo tira!...

Cada mulher, uma Pandora,
Cada mulher, um universo de sabedoria,
Arte, doação, ternura, opulência,
Cada mulher, um destino que arrasta,
E como Pandora, deixa atrás de si...
Apenas uma esperança de não ser devorados,
Pelo sorriso, pelo olhar, pelo desnudar,
Da mulher que nos torna dependentes,
De apenas um existir seu...

Cada mulher uma Pandora,
Como resistir-lhes, se tão jovens?
Como resistir-lhes, se tão sábias?
Como resistir-lhes, se tão belas?
Como resistir-lhes, se tão humanas?
Como resistir-lhes, se tão divinas?
Como resistir-lhes? - Se tão fracos...
Nós que criamos tantas leis e mundos,
Apenas para garantir que não pareçamos,
Servos tão absolutamente entregues,
Aos caprichos de Amor!

Pandora,
Ainda bem, que não sabes teu poder!

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