Caminhava pelas
ruas sem um rumo certo, acreditava que seguia sua vontade de encontrar o
motivo, aquele motivo que explicasse a dor. Pensava na dor, na dor causada por
um computador aberto, por conversas trocadas, por sentimentos dados e trocados,
sem um sentido para além do vivido, do pensado! Mas minhas inconstâncias
abertas, escancaradas, evisceradas de mim, irreconhecíveis em mim!
Caminhava pelas
ruas, chovia, ou chorava, o coração sangrava não porque descoberto, não porque
causado desconforto, mas o que feria, na caminhada, em cada passo, era a dor
causada, quanto sofrimento que o outro não percebia, porque seu sofrer era mais
agudo, estridente, vivo, dilacerante!
Caminhava pelas
ruas, pela vida, pelos pensamentos, pelos sentimentos, e não encontrava um
motivo para tanto sofrimento, a não ser a dilacerante certeza que sofria mais
que o sofredor, que se aniquilava mais que o descobridor, que se esfacelava
mais que aquele que em flashs trazia à vida os fantasmas do nada que me
constitui! Minhas faltas, minhas feridas evisceradas, se arrastam pelas ruas
por onde ando, tão inundado de minhas dores, que não sei se chove, ou se choro,
tão copiosamente que me afogo em minhas torpezas, que incendeiam minha alma!
Caminhava pelas
ruas, chorando e repetindo teu nome, porque se assim não o fizesse, não
acreditava que magicamente tua dor pudesse cessar para que a minha, não
cessasse mas se calasse e se ajoelhasse em profundo sentimento de ruína para
pedir perdão, agora, sempre, todos os dias, apenas para te ver sorrir! Para te
ver viver a intensidade de um amor que sobrevive ao tempo e a todas as dores!
Parei,
encontrei-te decidida a sorrir, meu coração ainda dói, treme, se angustia, mas
em teu sorriso que me devolve a vida, paro de caminhar, apenas para quedar-me a
teu lado, e sussurrando teu nome, voltar a viver, como foi, desde o início dos
tempos, dos tempos em que me construí como homem!
Parei, parei de
caminhar, resgatado pelo teu amor!
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