Escrevo
porque meu cérebro está inundado,
De sentimentos,
angústias, desesperos,
Minha vontade
é sair, gritar, agitar-me...
Não o faço,
porque minha insuficiência me paralisa!
Mas se paro,
porque temo...
Dói e cada
minuto e segundo,
Vivo ainda
mais transbordante,
Do que antes,
e permaneço no que sinto!
Não consigo
caminhar rápido o suficiente,
Não consigo
dizer tudo o que passa em mim,
Mas sinto,
cheiro, vejo, desespero...
Porque não
posso fazer um dique para apaziguar-me!
A velocidade
aumenta, as águas embarradas,
De todos os
pensamentos, me devastam,
Arrasando cada
lugar e não lugar,
Cada fração
de meu existir, furibundo!
Destruído
pela fúria de um pensar,
Que não
cessa, que escapa dos diques,
Dos canais,
das barreiras...
Para inundar
de non-sense todo eu!
Estou agora
devastado, vazio,
Mesmo assim,
transbordo-me...
Com uma
violência que me fragmenta!
Atormentado
sempre pela fúria do pensar!
As palavras,
os sons, as imagens,
Não dão
conta do frenesi que me invade,
E tudo fica
sem sentido, a vida esvazia-se,
Para dar
lugar a um silêncio envergonhado!
A torrente não
para, até que tudo fique aniquilado,
Desditado,
vazio, dolorido, estéril,
E então,
caminho a passos lentos, para o repouso,
Marmóreo,
plúmbeo, da solidão de existir!
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