Alegria, como expressão do sofrimento,
Como forma de esconder uma falta,
Como forma de emendar-me os pedaços!
Percebem-me os sorrisos, os afagos,
Mas não minhas dores, minhas faltas.
Vêm-me como o colo, como o amparo,
Mas não sentem a falta que me faz cada afeto!
Alegria, como expressão de uma tristeza não
dita,
Como toda ausência não declarada,
Um contar de histórias, para perceber no outro,
Todo calor que me falta, todo sentido que não
tenho!
Transbordo de alegria, para não transbordar de
tristeza,
Sorrio, para não inundar o mundo,
Escondo de mim, o rosto triste que me encara no
espelho,
E então, nem eu percebo minha solidão!
Então, façamos a ode à alegria,
Talvez assim, a tristeza não parta,
Mas faça de conta que não está aqui,
Apesar de existir, ser uma sucessão de entristeceres!
Simto-Me descrita em tão sábias palavrãs!
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