A chuva açoita com violência o telhado e as
janelas,
O cinza do dia cobre de tristeza o tempo que se
arrasta,
A temperatura mantém-se amena pela cobertura das
nuvens,
A tristeza oprime o coração pela presença que
falta...
A chuva que cai do céu é choro copioso da alma
entristecida,
Cada pingo que cai, mimetiza uma lágrima contida,
Cada momento de cinza é falta de azul e de sol,
A umidade encharca os ossos, fazendo doer a
ausência!
A chuva é metáfora do que falta na vida e no viver,
É denúncia de partidas, algumas sem perspectivas,
É testemunho da necessidade de inundação que
sofremos,
Cada vez que se faz árido o tempo e o espaço de
amar!
Chuva, como gostaria que passasses, que deixasses,
Brilhar o sol na terra que me cerca, fecunda,
Que permitisses que amor vencesse distâncias,
Que na tepidez da tarde se lançasse aos braços,
beijos!
Mas o que me resta, são chuvas copiosas, intensas,
Marcando a falta e a distância de tudo quanto
quero,
Que marcam a ausência das vidas construídas, dos
sonhos,
Tão intensamente vividos em tempos imemoriais,
recentes!
A chuva açoita o caminho, o corpo, a alma, a
vida...
A chuva açoita as lembranças, trazendo feridas...
A chuva açoita, sangra, entristece, isola...
A chuva! Ah, a chuva, chove em minh’alma!
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