Disseste-me que não gostas do circo, dos palhaços,
Que eles assustam, que em seu fingimento, doem,
Que os mágicos, em suas mágicas tolos,
pretensiosos,
Que os truques, as piruetas, sem magia e sem
graça!
Fico imaginando, como alguém foi capaz de roubar-te,
A alegria de encontrar no circo, o grande teatro,
Um palco de nossas falsas alegrias, de nossas
dores,
Um lugar onde o mundo recupera seu encanto,
pureza!
Entristeço de pensar, que na alegria do palhaço,
A criança que existe em mim e em você, não se
manifesta,
Que a prestidigitação não se torna crível,
possível, desejável,
Que não terei a chance de encantar-te com o
picadeiro!
Mas, e se eu for um palhaço, de cara triste,
lágrima pendente,
Que para viver cada dia, tem de fazer magias,
encantamentos,
Para acreditar que o mundo, este tão triste e
vasto mundo,
Pode ser o picadeiro para fazer-te rir, com a
moeda e o lenço!
Se não gostas do circo, temo que não me gostes, eu
assim,
Com o nariz vermelho, a cabeleira azul, os olhos
tristes,
Com uma cartola cheia de encantamentos, todos
repetidos,
Na exaustão de tentar amar, sempre e de novo, mais
uma vez!
Ah! Se não gostas de circo, o que hei eu de fazer,
sem o picadeiro?
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