Passava na rua, como se passam todos os dias,
Escuto o carro de som, impossível não escutar,
E de um tempo distante, muito distante,
Escuto o anunciar, de que havia Circo...
O alto-falante berrava que no Circo,
Apresentar-se-iam, de forma espetacular,
5 motociclistas suicidas num globo...
Muitos mágicos, que prestidigitam,
Trapezistas que desafiam a gravidade,
Toda uma trupe que superam o tempo.
Olhei com espanto e tristeza, não pelo reclame,
Mas pela ausência de balões, palhaços,
bandeirolas,
O carro de som era apenas alto-falantes, sem
glamour,
Uma voz esganiçada informando horários, local!
Ouço então que era o momento de diversão,
Anunciava o locutor, no som estridente e
mecânico...
Vamos “se divertir” neste sábado e domingo...
Posso não ir ao Circo, mas já me proporcionou
diversão!
O erro de concordância, o uso da linguagem torta,
Fez-me lembrar outros tempos, outras
simplicidades,
E assim, não mais imaginava o carro feio de som,
Mas um carro alegórico anunciando o Circo!
Posso não ir ao Circo mas, ele veio até mim!
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