O que sabes de mim, que não te tenhas dito?
Pouco, muito pouco, porque é o que sei...
Menos do que gostarias, mais do que basta!
Não quero saber o que sabes, porque não o sei!
Sei de ti o que me basta, mesmo que pouco,
Mesmo que quase nada, é infinito e chega!
Não preciso saber origens, nem destinos,
Não quero dominar histórias, saberes...
Quanto mais sabemos da história, menos dominamos,
Dos enredos, do testemunho, do envolvimento...
Quanto mais sabemos dos fatos, menos concretos,
Mais esfumaçados, irreais, incontidos na memória!
Reinvento-me a cada encontro, desfaço-me...
Diluo-me, reconstruo-me, apenas para existir!
Assim, também é contigo, como espelho,
Simétrico de mim, simétrico de ti, reflexo!
Cada história é peça escrita, de única apresentação,
Não se repetem os atores, não se repetem,
Nem o palco, nem as luzes, nem os textos,
Não se repetem os desejos e amores!
Mas se buscares saber de mim, mais que eu,
Talvez encontres tantas histórias, quantos sou,
Mas enfim, ficarás a mirar, eu triste e solitário,
Eu que em monólogo me desfaço, despedaço!
Se queres saber de mim, ouça minha voz,
Se queres saber de mim, converta-se em testemunha,
De quanto sou capaz de representar, neste palco,
Que se ilumina quando se fundem nossas histórias!
Sabes?... temo que apenas uma parte, pequena,
E quanto mais sabes, menos me conheces...
Porque se prende ao que fui, ao que não sou,
Esquecendo de mim, monologando-me só!
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