Caminho
sem destino, pensando agora,
Sigo
passos já tantas vezes traçados,
Mas
todos os caminhos são diferentes,
Porque
nunca os mesmos passantes,
Nunca
o mesmo tempo de estar,
Nunca
os mesmos olhos a contemplar!
Todos
os passos levam inexoravelmente,
A
uma nova história, sempre recontada,
De
maneiras tão diferentes, quanto pensares,
Cheia
de alegrias e dores, todas diferentes,
Todas
sentidas como novas e primeiras,
Mas
sempre e tantas vezes repetidas!
Caminho,
e não encontro motivo para continuar,
Mas
então há uma curva, uma flor, um pássaro,
Contemplo
a liberdade de mudança de rumo,
Ou
a de permanecer neste perturbado passo!
Não
excluo a possibilidade de continuar os passos,
Cheios
de abandonos, de esperanças, dores, perdas,
Acelero
o passo, no ritmo de pensamentos loucos!
Caminhos,
que se encontram e desencontram,
Que
fazem muitos acreditarem na permanência,
De
tudo quanto nos cerca e há de perder-se,
Tão
inexorável e definitivamente, sempre...
E
o desespero é perceber a precariedade do agora!
E
continuo, acelerando pelo caminho,
Conhecido
e tão previsivelmente desconhecido,
E
caminhando, sigo o destino que me é dado,
O
encontro com o precipício amargo,
De
mim, do final inescapável, do caminho!
Como
posso decidir dos passos que dou,
Como
posso decidir dos caminhos que sigo,
Como
posso decidir das vontades que me determinam,
Quanto
posso decidir do último passo, abismo!
Que
liberdade assustadora, eu dou os passos!