Há um mundo que me cerca,
Este mundo, estranho mundo,
Diz de mim algo que não sou,
Procura uma definição que me escraviza,
Impõe-me uma forma e motivação estranhas!
Há um mundo sem o qual não existo,
Mas que me é estranho de todo, confuso,
Exige explicações alheias ao que me define,
Tece considerações sobre meus atos, meus
pensamentos,
Mas a conclusão é outro tão estranho de mim!
Sim, há um mundo lá fora, que é outro,
Tão outro e tão estranho, que incompreensível,
Para aquele mundo que habita cá dentro,
E só porque não pertenço a este mundo do outro,
Consideram-me louco, institucionalizam-me,
abominam!
Assim, o que resta deste mundo, fora de mim...?
Que não o reconhecimento de um teatro de
sombras,
Tão estranho, tão alheio, que me torna ator de
mim,
Que me impõe fantasias tão várias, que não me
reconheço,
Roteiros que me tornam mal interprete do que
sou!
Há um mundo lá fora, tão estranho, tão louco,
Um hospício chamado realidade, que apenas me
resta,
A certeza de ser ator, de um teatro da
insanidade,
Abandonado de minhas qualidades, submerso nas
faltas...
Que um diretor tresloucado, que se diverte com
meu desalento!
Neste mundo, outro mundo, que não o meu, existo
para lamentar,
A falta que me faz, existir apenas para amar e
saber-me amado!
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