Dizia Canetti, que o verdadeiro poeta,
Tal como o imaginamos, está...
Subjugado, submetido ao seu tempo,
Como um vassalo, como um lacaio!
Sim, o poeta é o ser mais baixo,
Atado pelas mãos, pelos pés, todo,
Às correntes curtas, inelásticas,
Que o mantém preso a este mundo!
Sente a premência, a urgência,
De uma liberdade que lhe é negada,
Porque sente e vive, alma nua,
A crueza, a vileza do tempo!
Sua memória não se engana, não cede,
Vincula-se ao torpe, à mentira,
Deste mundo, todo fantasia, todo dor,
Está submetido pela dor do pensar!
O poeta é sim guiado por uma devassidão,
Uma necessidade insaciável de viver,
De resistir à opressão da mentira,
Do olhar no outro, a cura, a redenção!
Resiste tão completamente ao vício,
Que não consegue fazer-se virtuoso,
Por que é no vício que encontra a razão,
A verdade de existir, a plenitude!
Assombro, que se apresenta lúcido,
Assombro, que se faz insano...
Que não permite o saciar da busca dolorosa,
Do sofrimento como resposta à falta!
Por que o poeta, o mais baixo, torpe,
Único que sente visceral a falta da liberdade,
A falta da paz, da violência, do outro,
É que sente a dor e a falta de existir!
O poeta vive da ânsia insatisfeita,
De ser livre, de ser vivo, de ser...
Amante, verdadeiro, único, inteiro...
Apenas para derramar-se, escravo, palavra!
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