Passando pela sala, vi alguma coisa a brilhar,
Imaginei que fosse um celular, um tablete,
Alguma coisa que com sua bateria a esvaziar,
Anunciava com seu piscar, seu esgotamento!
Passando mais uma vez, novamente a luz,
Uma luz tênue, entre amarelo e verde,
Piscando, ali, entregue ao vazio, nada...
Ainda acreditei que fosse objeto humano!
Uma terceira vez vi o anúncio da luz a piscar,
Olhei mais fixamente, tentei entender,
E não vi nada humano que brilhasse,
E a luz, continuava ali a desafiar a escuridão!
Acendi a luz, e surpreso, percebi só então,
Que não se tratava de algo que anunciava,
Que precisava ser recarregado porque consumido,
Mas era uma criatura, tão pequena, tão delicada!
Era um vagalume, ali indefeso, piscando,
Anunciando sua beleza inconfundível, sua verdade,
De que a vida, também é luz, também é brilho,
Fiquei determinado a apreendê-lo em sua realidade!
Apaguei a luz, saquei o celular, apontei para ele,
Mas então, não mais piscou, não mais anunciou,
Sua presença, sua luminosidade, sua verdade...
Fez-se morto, silencioso, não havia movimento!
Entristeci, senti-me vilão, deixei ali, de patas
ao ar,
Apenas para poder fotografá-lo, para poder guarda-lo,
Em sua dignidade de ser portador da luz, lamentei,
Deixei-o ali, sobre a mesa, nada fiz que o
ofendesse!
Após alguns minutos, ainda com o pequeno vagalume,
Povoando meu pensamento, vivendo um lamento,
Apaguei a luz, olhei uma última vez
entristecido...
Foi então que ele brilhou, bateu asas e se foi!
Em mim, um misto de felicidade e indignação,
Felicidade porque estava a pequena criatura,
Iluminando o mundo a sua volta, beleza terna,
Indignado, porque fora enganado pelo Vagalume!
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