Todos tentamos descobrir a divindade no humano,
seu surgimento miraculoso, criado, especial e único.
O grande salto que nos separa do resto da
criação, é apenas nossa consciência aguda do devir, e neste, a ideia inexorável
da morte. Pouca diferença faz, Homo paniscus, Homo troglodytes ou Homo sapiens.
Todos estamos numa pequena jaula, jogada num cato do Universo, sem que tenhamos
qualquer objetivo, qualquer finalidade, a não ser reconhecer o poder de
Ahriman.
O sofrimento é do que se alimenta um deus de
abandono, um deus de sofrimento, que se diverte com animais, bestas
ensandecidas q ue matam por riqueza,
poder, mas mais absurdo, matam por piedade!
Sim, o demiurgo das trevas há de ter criado este
pequeno e infernal grão de areia, onde penam criaturas desprovidas de sentido,
mas condenadas a ter consciência da inexorável finitude. Absurda,
incompreensível, inexplicável e miserável.
Sim, apenas nós, sapiens, sabemos que vamos
morrer, que precisamos morrer, porque sem a morte, a única coisa que faria
sentido, o tempo, deixaria de ter qualquer sentido, e seria uma condenação ao
absurdo de uma eternidade vazia, desprovida de sentido.
Somos os únicos na face da terra, jaula azul, a
nós destinada pelo demiurgo, que temos o desejo de perpetuarmo-nos, de
eternizarmo-nos, e para quê?
Crimes, solidão, sofrimento, doenças, ausências,
partidas, abandonos, são o que nos legaram os demiurgos criadores de uma
existência frágil, regada e compreendida por um cérebro imenso, insano, que só
coida de sua auto-perpetuação, sem compreender a impossibilidade da própria
prisão alimentar a todos que querem se eternizar!
A alegria é o engodo, o engano insuspeitado de
nossa incrível inconsciência da nulidade do existir!
Queria ser paniscus, troglodytes, sem que me
enjaulassem dentro da jaula em que vivemos, porque é imoral, hediondo,
pesquisar a eternidade às custas da finitude dos que dela não têm consciência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!