Quando enxergo o
objeto do amor que me preenche, não me importa como ele é refletido no espelho,
mas como ele é visto pelos meus olhos, como ele é refletido no que sinto!
Nunca vemos
realmente como o outro é, mas isso,
absolutamente não é um problema, sequer faz algum sentido, buscar saber como
ele ou ela é, na realidade, basta que ao seu lado sinta-me tão feliz que minhas
dores e minha solidão já não façam qualquer sentido.
Se quisermos algo
perfeito, basta que façamos uma fotografia e a retoquemos com bastante photoshop. Uma voz perfeita, nada que um mixador e um controlador de som não
resolvam. Mas quando desejamos realmente viver a diferença, apenas um outro
desejado pode preencher estas expectativas.
Descobriram os
sociobiólogos que a escolha que fazemos de nosso companheiro se dá pela
presença de alguém do sexo oposto (ou do mesmo sexo), que foi significativo em
nossa primeira infância entre os 0 e os 6 anos.
Assim, olhe para o
seu companheiro e procure em sua primeira infância a pessoa com quem ele se
parece, terá descoberto todas as projeções que faz sobre ele, as expectativas
que constrói na relação que estabelece.
Isto não quer dizer
que a estratégia de acreditar numa única relação seja absoluta, mas fará você
entender porque procura alguém que se parece, com outro alguém que não está
necessariamente mais presente em sua vida.
Não há porque olhar
para o amor da sua vida e ficar imaginando que ele não pode ser substituído.
Não só poderá ser se o amor fenecer, como o próximo amor pode ser um clone, ou
uma versão cover do amor que acabou de partir. Apenas que suas expectativas
podem ser melhor preenchidas pelo novo amor, e assim, podemos ser felizes.
Amor sem felicidade,
não é amor. Errado supor que a infelicidade caminha com o amor. A infelicidade
é irmã da paixão, do sentimento de desejo desenfreado, de querer absorver o
outro, possuí-lo.
O amor é um
sentimento que traz plenitude, mesmo na solidão. A felicidade do outro é o
primeiro objetivo do amante.
Por isso, absurdo o
discurso, que muitos casais fazem, de que seus filhos estão em primeiro lugar.
Mas, os filhos são frutos de um amor, são os troféus de um desejo que se
realiza em cada encontro e desencontro. Quando os filhos passam para o primeiro
lugar, é porque o amor já abandonou a relação, o resto é apenas uma tragédia
anunciada!
Devo olhar cada dia
para a cor da pele, a forma dos olhos, o cabelo, as unhas, a forma do corpo e
de cada parte dele como algo novo e belo. Quantas vezes já dissemos que a
pessoa que vive conosco é linda no dia de hoje?
Não vale dizer que é
gostosa, que é boa, que é desejável! Devemos vê-la como bela, indiscutível realização
do nosso desejo estético de viver o belo e o formoso.
O objeto de amor não
pode ser objeto de adjetivos negativos, palavrões e xingamentos, não podemos dizê-los impunemente, não porque proibidos, não porque não seja educado.
Não o devemos fazer
porque aquele que amamos, não pode ser humilhado, não pode ser agredido, sem
que isto reverbere em nosso amor próprio.
Não podemos ser
felizes, não podemos viver intensamente o amor, se somos incapazes de
identificar com diligência o objeto amado!
Olhe para o seu
amor, no dia de hoje, e veja o quanto ele é belo, diga-lhe isso, retire do seu
vocabulário todas as palavras que podem magoá-lo e antes de tudo, diga-lhe que ele está em primeiro lugar em
sua vida.
O outro que
enxergamos é o espelho de nossa alma, se o outro é feio, pode ser agredido e
violado em sua integridade e humanidade, isto é o reflexo de nossa alma.
Quero a minha alma
bela, como o objeto inteiro de meu amor!
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