Corro em desvario, por
uma estrada para lugar algum, onde o tempo e o espaço não se esgotam.
Corro para qualquer e
nenhum lugar, mas busco, o que ainda não sei o que é, menos ainda o que será,
apenas que dói em cada respirar.
Estou correndo, e meu
desespero aumenta meu vazio, que não acredito possa ser preenchido, a não ser
por um vazio ainda maior. Meus olhos ansiosos te procuram, minhas mãos,
sozinhas no espaço, com avidez buscam tuas mãos, meus olhos, teus olhos, meu
corpo, teu corpo, mas tudo se me nega ao olhar, ao toque, ao contato físico,
íntimo, terno, permanente!
Continuo correndo,
porque minhas pernas me condenam a não parar, porque a estrada não se esgota,
mesmo que a dor de andar só aumente.
Correr, apenas
isso, um destino, um objeto de existir,
que se esgota em cada gota de suor, ou será de lágrimas?
Sim, porque lamento
cada passo, imploro teu olhar, teu toque, tua presença, mas não te encontro
nesta corrida frenética. Estou condenado a correr sozinho, ausente de ti,
ausente de mim. Uma busca, empreendida desde o primeiro momento em que te
encontrei, ainda nos tempos em que correr era apenas uma promessa.
Corro, desesperadamente
ao encontro do nada. Lágrimas e suor! Suor e lágrimas! Desesperadora experiência
de existir!
De um existir
apaixonado, pleno de sofrimento, pleno de vazio. O vazio que me deixas quando
ausente de mim!
Correr
desesperadamente ao encontro do nada, um nada perpétuo, que pode estar a um
passo, o único nada que dá sentido, o
sentido de toda falta que existe em mim e no mundo!
Absurdo mundo, um
mundo ausente de cada um e de todos os seres que compreendem a existência como
apenas um correr, inexorável, sempre em direção ao vazio!
Um correr!
Para lugar nenhum!
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