A
solidão não é um estar,
É
um estado da alma,
Que
se perpetua,
Independente
do número de pessoas que nos cercam.
A
solidão é uma companhia,
Dolorosa,
constante, verdadeira,
É
um encontro inafastável, iniludível,
Conosco
mesmos!
Sentir-se
só, é doloroso,
Mas
de uma dor que é só nossa,
Que
se faz intensa, preenchida,
Não
é vazia, como a dor que o outro nos deixa,
Nem
é uma dor que tenha conteúdo, significado,
É
apenas uma dor de existir,
De
saber-se incompleto, vazio, porque pleno,
De
desejos, insaciável, incompreendido!
A
solidão é mais que um existir,
É
um perpetuar no desejo de fundir-se!
É
um desespero agudo, lancinante,
Inexprimível
e inexplicável!
Não,
não podes preencher-me,
Ninguém
o pode, porque sou vazio de outro,
Que
não eu mesmo, com minha intensa,
Fria,
dolorosa, exasperantes,
Solidão!
Persegui
toda minha vida, minha metade Platão,
Não
só não a encontrei como quase me perdi,
Perdi-me
de mim, perdi-me de ti!
Vejo
os namorados, os amantes,
Os
pais, os filhos,
Os
maridos, as mulheres,
Todos
condenado a um solitário existir,
Apenas
abrandados pelos engodos,
Pelos
enganos, utilitários,
Pelos
sofismas do sentir, o que não é sentido!
Solidão
exaspera-me, agora mais do que ontem,
Angustia-me,
mais e violentamente, mais do que ontem,
Quero
parar-te, dor, sem fim, e inexprimível!
Não
me abandone, mas assim, me liquidas,
Aos
poucos, para fazer de minha existência,
Um
nada, que não apenas dolorosas migalhas,
De
toda a minha solidão!
Há
apenas uma solução, tornar-me ainda mais só,
Executar
o plano último, de minha tão poderosa solidão,
Ausentar-me
do sem sentido, de existir, para ser só!
Expectativa
verdadeira, fazer de minha solidão,
minha
única companheira!
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