Apenas
João, olhos azuis,
Mãos fortes,
acolhedor,
Voz macia,
sempre um sorriso,
Paz no
coração, meigo, apesar de grande,
Maior aos
olhos daquela criança que o olhava,
Sempre com
interesse!
Usava a
mesa de carpintaria, donde,
Sempre vinha
o perfume da madeira,
Escolhida
com esmero, para fazer,
Objetos que
se prestavam a auxiliar os homens,
Auxiliar
as mulheres, nos seus afazeres.
Seu
colo, imenso colo, sentado aos joelhos,
Acarinhado,
recebendo um pedaço de papelão,
Que se
transformava num Fusca 69 vermelho,
Ou numa
Kombi, também vermelha, 69!
Deixaram
de existir fuscas vermelhos há muito tempo,
Agora,
inexorável, o tempo faz sumir também as kombis,
Mas você
João, partiu a tanto tempo,
Sem saber
a imensa dor que deixou,
A imensa
falta que sempre fez,
Com a
falta de teu colo, com a falta de teu carinho!
Mais do
que tudo isso, deixas-te o mundo sem um carpinteiro,
Legou-lhe
um ensandecido sofredor de tua falta!
João,
ainda leio a oração que escreveu a lápis,
Ainda a
tenho, mas, mais que ela,
Tenho a
lembrança de teu colo,
Tenho a
falta que me faz, cada dia,
Todos os
dias, desde que partiu, para a terra do esquecimento!
Negarei sempre
este teu último repouso, enquanto eu mesmo,
Não habitar
a terra do esquecimento, onde finalmente,
Compartilharemos
juntos, do mesmo espaço-tempo,
Onde poderei
ficar no teu colo,
para
sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!