Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Cidades






Vivemos em grandes aglomerados,
Não em extensão geográfica,
Mas em concentração populacional!

Nascemos para habitar árvores.
Criados para ocupar largos espaços,
Andando, coletando, caçando...

Criados para amar, de forma rápida,
Fugaz, espalhando uma semente,
Que acumulando saberes,
Permitiria à nova geração sobreviver!

Mas de forma impensada,
Criamos selvas de concreto,
Repletas de obstáculos, arapucas,
Desconhecemos os membros da tribo!

Não mais escutamos o gorjeio das aves,
Nem o marulhar da água,
O sussurro das folhas sopradas pelo vento!

Ficamos aturdidos por mil ruídos,
Uma confusa sinfonia de desacordes,
Permanentes, não desejados!

Cruzamos com milhares de outros,
Tão estranhos, como aquele que miramos,
No espelho pela manhã,
Sem saber o que dizer...

Obstáculos, torções,
Uma sensação de caminhar,
Muitos passos, sem chegar,
Porque sempre o mesmo caminho!

Reproduzimos milhares de vezes,
Os mesmos gestos, sentimos,
As mesmas inquietações,
E não percebemos o sentido.

Cidades, como habitat natural,
Ou melhor, como aquele espaço,
Que borrou nosso lugar,
No mundo, na floresta, na estepe!

A cidade como consequência lógica,
De nosso insano desejo de permanência,
Da loucura de preservar uma espécie,
Que articula sua própria extinção!

Cidades, como lugar de abandono,
Como desentranhamento do sangue,
Como diluição de valores,
Como lugar de servidão!

Cidades, como caixa mágica,
Que produzindo milhares de opções,
De encontros, de possibilidades,
É o lugar superlativo da solidão!

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