Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Por quê?






Por que escrevo, pergunto-me?
Mas se não escrever, como expressarei,
Não só o que sinto, mas o que vejo sentir,
Aquilo que opera em mim, mas também no outro?

Por que escrevo? Não respondo,
Silencio, emudeço no momento em que,
Tentando articular o que gostaria de saber,
Percebo que não só não é claro, mas mudo!

Escrevo, porque falo de mim, de ti e do outro,
Mas também de ninguém, e de alguém.
Se leres e compreenderes o que escrevo,
É porque também está a sentir, algo e assim!

Por que escrevo? Por desespero, ora essa!
Um desespero imenso e repulsivo, que me abate,
A cada instante, atirando-me à cara, isso,
Aquilo, todas minhas insuficiências e medos!

Escrevo, não para mitigar as dores,
Mas para fazê-las mais doídas, mais vivas,
Para perceber com maior violência,
Todas as tempestades e vendavais que me assolam!

Sim, escrevo com endereços certos,
Mensagens cifradas de amores desejados,
Envelopadas com esmero, com sofrido esforço...
Para falar de coisas que penso e repenso!

Escrevo, porque não te posso alcançar,
Porque muitas vezes a dor de tua ausência,
Acaba por mitigar-se na certeza de que possas,
No tempo que te sobra, ver e escutar!

Por que escrevo? Por que transbordo...

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