Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Que Mundo?






Que mundo haveremos de deixar,
Para todos os que amamos,
Se queremos a tudo esterilizar,
Se queremos dele tudo expurgar,
Fazendo um vasto deserto,
De sentimentos e emoções?

Que mundo, que mundo acreditamos,
Que obrigando a cada um não ouvir,
Impedindo cada um de dizer,
Fazendo cada um esquecer do que viu,
Queremos tornar cada momento,
Num teatro vazio de sentido?

Nossa humanidade é assim,
Tão plena de atos sublimes, de santidades,
Quanto prenhe de maldades, de falsidades,
Somos capazes de uma beleza única,
E também de uma feiura insuportável.

Somos capazes da doação de Tereza de Calcutá,
Do encantamento de um Francisco de Assis,
Da devoção humana de um Agostinho,
Do brilhantismo de uma Hildegard de Bingen!

Mas também somos capazes do mau banal,
De Himmler, Heidrich, Eichmann,
De Stalin, Hitler, Robespierre...
De todos os males de cada dia.

Mas se tentamos calar o mundo,
Impedir que os ouvidos ouçam,
Que os olhos vejam,
Impedimos também, humanidade!

Vigiar, controlar, medir,
Violências particulares, todos os dias,
Que não valem qualquer desculpa,
Porque não há vida que possa ser vivida,
Sem o segredo, sem a magia!

Que mundo podemos viver,
Se queremos ditar o que se pode,
O que não se pode fazer...
Liquidando toda beleza, toda maldade?

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