A
poesia pode ser uma mensagem?
Talvez
seja sempre, talvez nunca...
Será
sempre que depositada numa garrafa,
Encontrar
os olhos certos, que saibam ver!
Se
mando recados, só podem ser lidos,
Por
quem os saiba interpretar...
E
este interpretar é antes segredo,
É
antes sedução e cumplicidade!
Queria
que cada mensagem tivesse,
Sempre
e apenas uma destinatária.
Mas
saberá ela do meu desejo?
Ou
terei de abandonar-me no desespero!
Recados,
muitos são enviados,
Mas
poucos os recebidos com o sentido,
Com
que foram concebidos e encaminhados.
Poucos
capazes de dizer ao mundo do que sinto!
Mas
sei que quando sinto a premência,
Do
encontro com a brancura da folha,
Intuída
como papel onde me derramo,
Estou
pronto para precipitar-me nas palavras...
E
a cada despencar nos sentimentos,
A
cada lançar-se no vazio do ignorado,
Há
sempre esperanças e desejos,
A
serem alcançados pelos recados que deixo!
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