Engano, por que me acusas de induzi-lo?
Se sabes todo, como sou, como fui,
Se em nada induzi em erro, aquele que
Por conta e risco desejou querer-me!
Engano, como pode ser induzido?
Se quando nos apaixonamos, sentimos,
Vemos, vivemos aquilo que vem em nossa alma,
Se o outro é antes, imagem e semelhança de nós!
Engano, ah... o engano, é antes uma resposta,
Tão amarga quanto desonesta, das promessas,
Que não foram feitas, das verdades não ditas,
Das certezas absolutamente incertas...
Engano, é antes a amargura do ofensor,
Em desconhecer a si mesmo, justificando,
Seus erros de pessoa, não quanto ao amado,
Mas antes quanto ao amador...
Engano, se te sentes enganado,
Perscruta teu coração, que sentes abandonado,
Percebes que o engano, não está no objeto amado,
Mas antes, nos medos e fraquezas do amador!
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