Que
culpa tenho, se esqueceste,
De
todas as promessas que fizemos?
Que
culpa tenho, se me abandonastes,
Sozinho
nos sonhos que sonhamos juntos?
Que
culpa tenho se o mundo se desfaz,
Todo
e subitamente sob os pés que tenho?
Se
tudo que acredito se desmancha no ar,
Não
para criar outro existir,
Mas
para desmanchar o universo que habito?
Que
culpa tenho, se o mundo da razão,
Incinerou
todas as certezas que Deus inscreve
Num
mundo em que não existimos mais?
Que
culpa tenho, se desejo mais do que podemos ter,
Não
porque eu tenha me tornado estéril...
Mas
porque não concebes mais a paixão como a sinto?
Que
culpa tenho , se dessacralizado o mundo,
Não
restará nada para nenhum de nós,
Que
não a certeza de um imenso vazio,
Quando
fecharmos os olhos pela última vez?
Que
culpa tenho, se quando grito,
Não
sabes me ouvir?
Que
culpa tenho, se quando morro aos poucos,
Não
há mais que desesperança num mundo sem amor?
Minha
culpa? Existir...
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