Errei,
será?
Imaginei
que pudesse me amar,
imaginei
que pudesse importar-se comigo,
imaginei
que fosse possível começar,
como
tudo que começa,
sem
destino,
sem
tempo,
sem
pressa,
sem
deveres.
É,
errei, parece...
mas
terei errado de fato?
Apenas
por ter te desejado,
sem
outra razão que
ficar
deslumbrado com tua beleza,
com
tua elegância,
com
teu sofrimento,
com
tua leveza,
com
teu carinho.
E
se errei, por que errei?
Errei
porque me encantei com teu olhar,
porque
me encantei com a delicadeza,
de
tudo que te cerca,
de
tua forma bela e doce,
de
agradecer cada coisa,
de
agradecer cada mimo,
de
agradecer cada promessa,
será
que tudo que te cerca,
será
que tudo que fazes,
será
que tudo que ouves,
será
que tudo que guardas,
não
merece de mim,
como
do mundo,
a
mais plena admiração.
Talvez,
com certeza,
pode
ser, que errei?
Se
apenas pude,
indefeso,
inerme,
vencido,
prostrado,
reconhecer
que sois
uma
deusa,
que
arquitetas ideias,
arquitetas
pensamentos,
arquitetas
sentimentos,
arquitetas
o mundo,
onde
prende, com encantamento,
todo
o incauto mago,
que
de ti recebe sua magia.
Errei,
erraria de novo,
e
mais uma vez,
e
talvez nunca aprendesse,
que
és incapaz de amar-me,
porque
a lógica do erro,
é
apenas e tão somente errar,
sem
o qual, não seria erro,
mas
um simples engano,
sem
nenhuma das belezas,
que
erro encerra em si,
beleza
esta que se resume,
em
dizer que nos apaixonamos,
antes
que o outro se apaixone,
em
dizer o que sentimos,
antes
que os outros se convençam do que sentem,
em
dar tudo de nós,
antes
que o outro sequer perceba que pode dar,
qualquer
coisa,
alguma
coisa,
muita
coisa,
coisa
alguma,
apenas
por amar!
A
lógica do erro,
é
então,
errar,
tão
simplesmente,
como
um beijo negado,
como
um olhar desviado,
como
um recado não respondido,
como
uma lágrima triste,
solitária,
abandonada,
sem mão,
que
a colha de maneira suave,
tão
suave,
que
apenas molhe a mão,
restando
a face seca,
enxugada
pelo amor,
que
ao recolher a lágrima,
deixa
a ternura.
Errei,
tantas
vezes,
e
tantas vezes continuo a errar,
que
já não me preocupo com o erro,
mas
com a possibilidade de deixar de errar,
o
que seria, tão e tão somente,
morrer.