Acordo,
acredito, sinto,
Sou
invencível, sou forte,
Jovem,
alto, determinado,
Acordo,
outro que não eu,
Encho
meu mundo de música,
Meu
movimento segue os acordes,
Todo
meu ser vibra, como se fosse,
Notas
que a música projeta,
Sobre
mim, sobre o que sou!
Passado
alguns minutos,
Tenho
de silenciar,
Esvazia-se
de mim, aquel’outro
Que
em mim acordou,
Angustiado,
estafado,
Soterrado
por deveres, obrigações,
Amargo
por separações, embrutecido,
Por
necessidades alheias a mim,
Procrastinador
até não poder mais!
Nada
de mim, nem do que sou!
Termina
o dia, exaustão,
Pleno
cansaço de mim mesmo,
De
minha humanidade,
De
todos os seres que se me divizaram
Que
dividiram, sua infelicidade,
Sua
permanência estúpida no mundo!
Que
buscavam apenas a sobrevivência,
Vazia,
sem sentido, numérica apenas,
Como
eu, nos meus dias,
Como
ele, em seus dias,
Como
a humanidade, em seus dias,
Criamos
razões para ter prazer,
Fabricamos
razões para ser feliz,
Mentimos
sobre a unidade de nossa existência,
Toda
cheia de pessoas distintas,
Tal
caleidoscópio ensandecido,
Incapaz
de fixar uma única imagem,
Que
me permita ser mais que mero fragmento,
De
um espelho quebrado,
De
um cristal partido,
Onde
há apenas o reflexo de uma pequena parte,
De
uma pequena parte de mim,
Que
não consegue a unidade,
A
integração do todo,
Numa
única unidade de sentido!
Como
exigir coerência de existentes,
Tão
fragmentados,
De
existentes, onde há sempre,
Tantas
pessoas em uma só?
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