Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

domingo, 5 de janeiro de 2014

Fúria, paixão






Todo encontro era regado a fúria,
Todo encontro era regado a paixão,
Onde estão todos aqueles sentimentos?
Ficaram presos, perdidos na lembrança?
Estão ainda, envoltos nos lençóis,
Ainda quentes, que se estendem,
Pelos colchões, pelas camas,
Pelos chãos, vazios de nós,
Mas plenos da esperança,
Do reencontro, da surpresa,
De cada despir-se, de cada beijo,
De cada jogar-se, enroscar-se,
Completar-se, insaciavelmente,
Em minutos, horas de permanência,
De tua cabeça em meu peito,
De teu corpo em meu corpo,
Na beleza plástica, da arte,
Interminável de amar.

Amar como obra prima de fusão
De imaginação,
Amar a alma, o corpo,
Os pensamentos, os desejos,
A loucura, de perder-se,
Totalmente, em você!
Exausto, desfaleço nos lençóis.
Que agora, servem apenas de testemunhas,
Mudas e silenciosas, de um amor,
Nunca acabado, sempre recomeçado!

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