Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Tempo, vida, poesia




Tempo,
Apenas uma convenção,
Que não existe para as estrelas,
Que não faz sentido para o cosmos,
Que é condenação de nossos sonhos,
Inexorável destruidor de projetos,
Sensação de desamparo,
Abandono, que acaba..
Em silêncio e abulia absolutos.

Vida,
Interregno divertido,
Entre um início desejado,
Ou um início acidental,
Ou um início desejado, porque acidental,
E um final necessário,
Cujo intervalo se preenche,
De perda, após perda,
De luta, após luta,
E que valeu...
Sempre e tão somente,
Por tudo que foi desejado,
Por tudo que foi amado,
Por tudo que foi vivido,
Sem ter pensado no horizonte,
Que o tempo sempre esclarece,
É um abismo...

Poesia,
Um nada de prazer,
Que denuncia a inexistência do tempo,
Sua insensatez,
Que denuncia a vacuidade de se desejar,
Perpetuar a vida,
Que escreve que o tempo,
Não existe,
Para além de nossa vida,
Que escreve que nossa vida,
Não existe,
Para além de nossa morte,
Que nossa morte,
Não é condenação,
Mas poesia vivida,
Cada dia,
Como o último dia,
O que faz da vida
O que faz do tempo,
Poesia.


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