Espaço de sentir e pensar de Laércio Lopes de Araujo

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Chavez e o PT




No dia de ontem (30) o Partido dos Trabalhadores (PT) , mais uma vez, declinou publicamente o seu apoio ao coronel ditador da Venezuela, nas eleições de 7 de outubro.
Muito curioso! No Brasil muitos de seus parlamentares vociferam contra a Ditadura Militar, se diziam democráticos, apóiam ditadores em outros países dizendo-se vestais que não interferem em política interna, mas no vizinho do norte, apoiam a opressão e a sujeição de um país à sanha ditatorial de um militar golpista.
De peito estufado, e crendo estar fazendo um manifesto pela Democracia, pela liberdade dos povos, pela autodeterminação de nossos irmão venezuelanos, Rui Falcão, presidente do PT, afirmou:
"Estarei em julho em Caracas para manifestar nossa simpatia e apoio ao presidente Chávez, sem nos intrometermos nas questões internas da Venezuela".
Como manifestar apoio sem se intrometer, é como chegar na casa do vizinho e dizer, não quero me intrometer, mas seu marido está certo, sua roupa está muito curta!
Ocorre que o regime venezuelano, aapelidado de socialism bolivariano, seja lá o que for, na realidade é absolutamente igual ao fascismo italiano do início do século passado. Talvez apenas o que lhe falte institucionalmente seja o corporativismo, elemento não essencial e mais que tudo, apenas propagandístico daquele movimento político.
Como regime de direito que é, tem sua expressão mais acabada no empastelamento da imprensa, na interferência e castração do judiciário e na exportação acrítica de seu modelo. A rizível afirmação de que o PT apóia todos os governantes que atuam em favor do povo, expõem a vergonhosa e escandalosa guinada à direita do PT, bem como sua admiração pelo populismo mais retrogrado.
Na realidade o atual discurso e prática do PT nada mais é que assumir, plenamente a sua herança de partido peleguista do sindicalismo chapa branca criado na década de 40 do século XX, durante o regime do coronel Vargas!
Os ídolos do PT assim são Cristina Kirchner, que hoje está arruinando a Argentina, tristemente, na Bolívia um líder cocaleiro Evo Morales, que invadiu o patrimônio brasileiro com tropas do exército, no Perú Ollanta Humala, que governa com todas as mazelas do processo político venezuelano.
Como Dilminha, a presidente, no fundo não é petista, mas pedetista caudilhesca, lá dos pampas gaúchos, apesar de mineira, o governo brasileiro se absteve de manifestar apoio, até aqui, ao coronel ditador.
Governar para o povo é permitir a alternância de poder, é permitir até o limite da radicalidade a Liberdade Absluta de Imprensa, é garantir a Independência do Judiciário, é fomentar a pluralidade das correntes politico-partidárias, é antes e acima de tudo, a mais absoluta defesa da segurança juridical. Em nenhum destes países há sequer sinal disso!
Como o poder corrempe! Salve Brecht!

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