Uma palavra não me
sai da cabeça. Enlouquecer!
Como tenho certeza de
que não enlouqueci, como sei que não sou um completo lunático, ensandecido no
mundo como um nada que perturba a existência do todo com só seu existir!
Não, nada pode me
garantir que não ensandeci, que não penso ser eu mesmo, já que não acredito ser
Napoleão. Mas, e se eu não for eu mesmo, se eu for outro, que não me conhece! E se não existirem iPads, iPhones, Samsungs, guerra na Síria, bomba atômica no
Irã?
Como saber que os
talibãs não são um grupo de escoteiros maltrapilhos que os Estados Unidos
elegeram com inimigos! Que digo, e se não existem os EUA, e não passa tudo de
uma imensa e louca fantasia de meu cérebro. Uma dúvida me atormenta, o homem
não pisou na Lua!
Mas eu sei que ele
pisou, sei porque vi, mas não vi, porque como poderia existir uma câmera de
filmagem que trouxesse as imagens na década de 60?
Ora, será que não
enlouqueci, não perdi toda a razão de ser e todos não representam em torno de
mim, para que não perceba que faço igualmente parte de sua loucura.
Sim, se o mundo não
faz nenhum sentido, e ele não faz, nenhum e qualquer sentido, como saber que
não estamos todos alienados de nós mesmos e de nossa história?
Sei, agora sei, a
única coisa que me garante, de forma tênue e frágil que ainda não me alienei
completamente de minha razão. Esta certeza vem apenas e exclusivamente do te
amar, sim de amar você, porque se louco estivesse, não saberia que você minha
Maria Antonieta, é a mais bela das mulheres, a mais charmosa e a mais digna.
Agora sei quem sou,
sou Luís Augusto, muitos me conhecem por Luís XVI, mas não em importo, há
muitos Napoleões por aí, não me importo, desde que eu possa, por toda a minha
vida, amar você, minha Maria Antonieta.
Sim, não enlouqueci,
apenas me perdi num livro de história!
Me basta!
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