O tempo não é uma
dimensão! O tempo é apenas um sentimento, porque se estamos felizes, ele sempre
é curto, se sofremos sempre longo!
O tempo não pode ser
qualquer coisa mensurável, mesmo com a sucessão dos dias e das noites, porque
não sei quantos dias e quantas noites gostaria de não ter vivido, mas tenho em
minha mente, em meu coração todos aqueles que gostaria de ter vivido sempre!
O tempo não é o
senhor da razão, mas apenas a cirurgia que estirpa, jogando na vala do
esquecimento, todos os sofrimentos, todas as dores e todos os medos!
Ah! O tempo! Que me
faz sofrer tua falta, indigna forma de me fazer perceber-me carente de mim
mesmo, porque você é sim, a parte melhor e maior de mim mesmo! Platão o
pressentiu, ao perceber que divididos pelos deuses, caminhamos ensandecidos o
deserto da solidão e da ausência, na busca incansável de nós mesmos naquele
outro que nos preenche!
O tempo é esta medida
desmedida e insana da ausência de um pedaço de mim! Medida desmedida de uma
ferida dolorosa, sangrante e exposta, que mostra minha fragilidade no espelho
que reflete tua falta! Tempo, uma dimensão incompleta, uma categoria de
pensamento obtusa, que nada diz!
Não vivo hoje se não
estás aqui, não viverei amanhã se não existires em minha vida e, no entanto,
dizem que o tempo passa! Que estamos num longínquo século XXI, que não sei
quando começou, muito menos quando terminará, porque minha vida começou com o
teu existir e se extingue sempre quando não está aqui!
Talvez por isso ame
tanto os relógios, são objetos de arte, do engenho humano que medem o que não
pode ser medido, denunciando apenas a estupidez de pensar categorias como
ontem, hoje e amanhã!
Por isso quanto mais
precisos e luxuosos mais caros os relógios, porque tudo que não tem nenhum
sentido, é arte pela arte, ficção de um nada que se faz presente pela expressão
de uma angústia, no caso dos relógios, a angústia de viver no tempo, um tempo
que não existe, a não ser, quando tão perto de ti que seja incapaz de perceber
a separação de nossos corpos!
Ah o tempo, quanta
reflexão para perceber que não existe e por não existir aprisiona-nos no
imponderável, no nada que nos faz
perceber a ausência do amado!
O tempo não é uma
dimensão! O tempo é apenas um sentimento!
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