Quando nos expressamos pela
escrita, quando escrevemos, sofremos sempre o efeito da plurivocidade do
discurso. Mesmo pensando em atingir todas as metalinguagens possíveis, muitas
vezes, senão quase absolutamente todas, dizemos o que não pretendíamos, ouvimos
o que não foi dito! Daí que o teatro, aquele encenado no Templo de Melpomene, é
antes de tudo uma expressão teatralizada do teatro da vida e, sendo assim, jogo
de espelhos, e como tal produz infinitas imagens, caleidoscópicas imagens, que
a cada um só é permitida a visão de um fragmento, de um pequeno fragmento da
realidade! Se somos senhores só deste ínfimo fragmento, podemos ser, como
atores, tudo que quisermos, tudo que acreditarmos, tudo que se realizaria num
devir perseguido e desejado, mesmo que apenas por um instante, mesmo que apenas
no tempo, no espaço de um beijo, de um terno beijo, no corpo que contemplo em
plenitude, e que como plenitude do desejo, AMO! Isto tudo, muito simples, muito
complexo, muito compreensível, absolutamente incompreensível, revelação
explosiva de nossa natureza, que se resume como: paradoxo!
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