Todos nós temos visto nos jornais, nos artigos, nos debates, nas colunas
de opinião o sofrimento e a debacle da Grécia. Então, qual a surpresa na
incapacidade dos partidos em formar um Governo?
Recentemente a Grécia foi às urnas e em meio a intenso sofrimento,
crescerem os votos em partidos radicais à esquerda e à direita! Os partidos
políticos gregos estão à altura dos desafios necessaries para a recuperação
política, econômica, financeira e social da Grécia? Obviamente que não!
Os italianos já vivem uma intervenção branca por parte da Santa Aliança.
Sim, porque em 1815 Talleyrand e Metternich construiram uma Europa que só
poderia ser monárquica, aristocrática, burguesa e cristã, convenção esta que,
concertada em Viena em 1815, prevaleceu até o advento da vertiginosa evolução
técnica e política que se abateu sobre a história a partir de 1870.
Mário Monti, ex-vice presidente do Banco Central Europeu é o
primeiro-ministro da Itália, mas qual o seu partido? Sim, é o Banco Central
Europeu. Este é o partido que formouo governo italiano. Porém, a Grécia não só
não é tão importante quanto a Itália, nem quanto ao tamanho da Economia, nem
quanto à importância Política de seu Estado.
Daí que o partido governante da União Européia não indicou um
primeiro-ministro para lá formar governo, e assim, os pobres gregos deverão
fazê-lo.
Mas como o farão se:
a)
houve redução de
salarios?
b)
houve redução de
pensões e aposentadorias?
c)
houve demissões de
servidores públicos?
d)
houve quebra de
contratos sem indenização?
e)
houve completa ofensa às
bases do ordenamento jurídico e da segurança juridical?
Quando a credibilidade de um Estado é quebrada para o exterior, como é o
caso da Argentina, Venezuela e Bolívia com suas grotescas e absolutamente
desinteligentes nacionalizações, o resultado é tornar o Estado um pária na
comunidade internacional, tornando-lhe a vida financeira e econômica muito
difícil.
Quando a credibilidade de um Estado é quebrada para o interior, ou seja,
com seus cidadãos, estamos próximos do caos e da Guerra civil!
Eu também seria favorável aos partidos que apóiam os cortes negociados
com a União Européia, porque tais cortes só amplificam o sofrimento da
sociedade grega. Quem em sã consciência ainda não sabe que a Grécia tem de se
retirar da zona do Euro? Quem em sã consciência ainda defende que a Dracma não
pode voltar a circular?
É inadmissível que estejamos vendo o sofrimento de todo um país, de toda
uma população, sem que o esforço exigido minimamente signifique qualquer
mitigação do sofrimento e desesperança que vivem!
Ah! Alegarão: a culpa é dos gregos, gastaram demais, criaram muitos
direitos sociais, elevaram desordenadamente o endividamento, incharam o PIB!
Ora, mas não foi isso que lhes prometeram quando entraram para a União
Européia? Ou foi só para cooptar a Grécia que saindo da ditadura militar dos
anos 60 e 70, corria o risco de bandear-se para o campo da extinta URSS?
A Grécia já deveria ter deixado a zona do Euro, a “saída ordenada”
preconizada pela diretora-gerente do FMI, Chrisitine Lagarde já vem tarde. Por
óbvio, os líderes europeus não desejam tal, posto que esta saída
necessariamente contaminará outras economias, como as de Portugal e
eventualmente Espanha, Holanda, Bélgica, e também Espanha! Mas o preço imposto
aos gregos não é justo!
Como tenho dito sempre, deviamos era todos nos no mundo ocidental, todos
os trabalhadores, estar reunindo cem ou mil dólares cada um e enviando para a
Grécia, porque se a moda pega de cortar todos os direitos trabalhistas, reduzir
salários, demitir servidores estáveis, reduzir pensões e aposentadorias, ao
arrepio de todo o ordenamento jurídico e com as bençãos do andar de cima, o que
é que vai restar o Estado de Bem Estar Social?
O problema da Grécia, não é só da Grécia! Tudo que lá aconteceu, e que
se lhe tem exigido é uma espada de Dâmocles sobre nossas cabeças! A frase de
Marx nunca fez tanto sentido: Proletários de todo o mundo, uní-vos!
Sim, todos nós que vivemos da fadiga do trabalho, seja mental, seja
físico, deveríamos estar de mãos dadas com nossos irmãos gregos, porque amanhã
não estaremos falando em efeito Orloff, Tequila, Tango, mas sim, estaremos vivendo
a Crônica de Uma Morte Anunciada! A morte mais que anunciada de todos os
direitos sociais, de toda a segurança jurídica e por fim da democracia!
E se a Grécia for às urnas de novo em junho de 2012, e o impasse
persistir, ou vencer as forças contrárias ao pacote imposto pela União
Européia, quem aí acredita que a crise estará resolvida?
Para que continue havendo a esperança da democracia! Para que
continuemos a sonhar com segurança juridical, brademos todos:
QUE VENHA A DRACMA!
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