Não temo a morte,
Porque como Epicuro
ensina,
Não a conheço,
Ela não existe para mim,
Quando existir, não
estarei vivo para sabe-la!
Não, não temo a morte,
Não a busco igualmente,
Porque estúpido trocar,
A vida que me permite
morrer,
Pela morte, que não me
permite viver!
Não fazer algo estúpido,
Já é construir um
sentido,
Quem não surge de algo
dado,
Mas que se constrói no
vazio do tempo!
Morrer é uma necessidade,
Morrer é uma realidade,
Sim, quero morrer,
Não agora, nem amanhã,
Nem nunca, mas...
Apenas e tão somente
quando deva ser!
A certeza da morte é uma
benção,
A vida pela eternidade é
sofrimento,
É apenas o prolongamento
da angústia!
Não, não merecemos viver
para angustiar-nos!
Basta esta vida,
Uma vida,
Bem vivida,
Curta ou longa,
Construída de uma única
certeza,
Acabará...
E ao acabar, terei vivido
plenamente,
Se ainda tiver muito que
fazer,
Se lamentar não ter feito
mil coisas,
Porque viver é sempre
buscar,
É sempre desafiar a
inércia,
É viver para o morrer,
Morrendo sempre um pouco,
Mas apenas um pouco de
cada vez,
Para que nem sinta,
Que num determinado
momento,
O cálice transborda, e a
vida,
Escorre,
Pelo vaso do tempo,
Inexistente tempo do
viver,
Inexistente tempo do
inexistir!
Sim, morro, morri um
pouco ao escrever,
Mas ainda tenho muito a
escrever,
Tenho certeza que a vida valeu
a pena!
Viva a vida!
Viva a Morte, vivida em
plenitude,
Em cada ato de respirar a
caminho do último!
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