Dita
À Dedé Veloso
Qualquer poema bom provém
do amor
narciseo. Sei bem do que
estou falando
e os faço eu mesmo pondo
à orelha a flor
da pele das palavras,
mesmo quando
assino os heterônomos
famosos:
Catulo, Caetano, Safo ou
Fernando.
Falo por todos. Somos
fabulosos
por sermos enquanto nos
desejando.
Beijando o espelho d’água
da linguagem,
jamais tivemos mesmo
outra mensagem,
jamais adivinhando se a
arte imita
a vida ou se a incita ou
se é bobagem:
desejarmo-nos é a nossa
desdita,
pedindo-nos demais que
seja dita.
Antonio Cícero
(Guardar - 2008)
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