Sempre que o mundo, e o Brasil particularmente, entram
em crise há uma correria para encontrar soluções e quase sempre esta é indicada
como possível apenas quando se dá através da Educação!
Panacéia universal de solução de todos os problemas, a
Educação é esgrimida como aquilo que é necessário e suficiente para resolver
todos os problemas da sociedade e do mundo.
Assim, qual é a solução para a pobreza? Educação. Para
a corrupção? Educação. Para o subdesenvolvimento? Educação. Como reduzir a
criminalidade e a insegurança dos cidadãos? Educação.
Ora, chegamos à conclusão que não há qualquer problema
cuja solução não seja a Educação. Agora, será isso verdade?
Como temos lido, em quase todos os países os sistema
de ensino são falhos, incompetentes e responsáveis pelas mazelas estatísticas
dos seus egressos. Mas a pergunta que não quer calar é, quem faz o sistema de
Educação? Apenas o Estado? Os politicos?
Nossos professores estão inseridos nesta mesma
sociedade que elege Tiririca como Deputado Federal e Sarney e Collor como
Senadores. Nossos professores são tão e igualmente corporativistas quanto
nossos políticos, foram criados numa sociedade patrimonialista e clientelista
que reproduzem na Escola sem nenhum pejo.
O democratismo que se criou com a eleição dos
diretores de Escola e reitores de Universidade gerou uma partidarização e um
sucumbir ao politicamente correto das instituições de ensino, que assim não são
minimamente capazes de reformar a sociedade porque a reproduzem. Mérito, este
desconhecido, só é utilizado quando convém na reprodução dos mesmos grupos ou
valores dominantes!
O país do cone sul da américa latina que tem os
melhores indices de educação, o Chile, é o que menos investe e menos escolas
públicas tem! Por que?
Ora, porque a educação para ser eficiente tem de
partir de um critério rigoroso do mérito! O mérito não pode ser medido de uma
forma estática, mas dinâmica, com pluralidade de opiniões, tanto políticas
quanto educativas! No Brasil isso hoje é impensável, instrumentalizado que está
o Estado brasileiro.
A educação da qual não pode abrir mão um povo que quer
democracia, liberdade e desenvolvimento econômico, não é apenas aquela formal,
mas a que se constrói a partir da sociedade!
A campanha do Sugismundo que foi desencadeada na
década de 70, em que pese ter sido encampada por um regime de exceção e nada
democrático, educou o povo para as necessidades da higiene pessoal, pública e
da cidade!
Curitiba, uma das cidades que por mais tempo teve
reproduzida a campanha e onde os sucessivos governos investiram muito na
conscientização da limpeza necessária do Espaço Urbano, é hoje exemplo. Mas
este exemplo não vem da educação formal. Vem de campanhas, vem da participação
da própria sociedade.
Há alguns anos tivemos algumas propagandas da Justiça
Eleitoral sobre a importância do voto, sobre o seu conteúdo. Tão pobres e
inexpressivas, que sequer eram capazes de vencer os argumentos dos alienados
que propunham o voto em branco e nulo.
Sim, alienados, porque não sendo computados os votos
brancos e nulos, tornam com o seu depósito na urna, mais fácil a eleição dos
corruptos e demagogos!
A Educação que se faz necessária para a reforma do
país é aquela que não vem das instituições escolares, porque nestas os
professores que hoje lá estão, reproduzem acriticamente uma sociedade
completamente incapaz de se reformar!
A educação passa pelo incentivo à leitura, à edição de
livros mais baratos, com tiragens maiores, com boa qualidade gráfica, posto que
ninguém quer ler livro feio e desgracioso!
Ler é a única solução, já que a televisão aberta é uma
forma de alienação ainda mais abjeta da populacão. Romper com algumas
limitações seria fácil, não estivessemos completamente presos a clichés que nos
levam inexoravelmente às mesmas conclusões: mais professores e mais salários!
Tanto mais professores, quanto mais salários, já
provaram sua sobeja ineficiência. Precisamos é de criatividade, sem a qual,
podemos dar toda a educação que quisermos, apenas para reproduzir as mazelas
que criticamos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sentir, Pensar, Expressar! A Intenet tornou possível a qualquer homem, a qualquer mulher, expressar tão livremente seu pensamento e seus sentimentos, quanto o são em realação ao seu existir! Eis o resultado!